segunda-feira, 27 de junho de 2011

Estamos com a faca e o queijo na mão, mas não sabemos cortar!

Estes dias li um artigo publicado no Jakarta Globe, de autoria do Professor Jean-Pierre Lehmann, onde o autor opina sobre a atual fase que a sociedade internacional está passando, classificando-a como um período de “transição caótica de incerteza”.

Basicamente, relata que há um equilíbrio de poder econômico entre os países do globo, devido ao crescimento dos países em desenvolvimento, ou emergentes, e das dificuldades enfrentadas pelos países desenvolvidos. Todavia, afirma, o crescimento econômico dos países em desenvolvimento não vem acompanhado de poder político, pois este permanece “nas mãos” dos países desenvolvidos.

Segundo Lehmann, os países emergentes não estão sabendo aproveitar a boa fase econômica, para defender seus interesses. Falta-lhes planejamento, organização e liderança. Poderiam estar atuando de forma mais efetiva, orientada, se fortalecendo nas organizações internacionais. Para corroborar sua opinião, Jean-Pierre cita alguns fatos atuais, que demonstram a total falta de governança global e seus efeitos (como a eleição para o novo Diretor do FMI, as negociações da Rodada de Doha, incluindo questões de subsídios agrícolas e investimento).

Economia, política e direito geralmente andam de mãos dadas. Devido a dinamicidade da economia, as normas jurídicas precisam ser modificadas, de modo a regular esta nova situação e trazer maior segurança jurídica. São durante as negociações entre os países (política) que nascem estas normas. Neste processo, o poder econômico acaba por influenciar as negociações e geralmente as normas são mais favoráveis aos mais “fortes”.

Pessoalmente, sou obrigada a concordar. O cenário político e econômico mundial passa por uma fase de mudanças e de incertezas, podendo gerar alterações significativas nas normas que regulam as relações econômicas internacionais.
É justamente por isso que Lehmann crítica a falta de governança global dos países emergentes, pois poderiam utilizar sua força econômica para defender seus interesses durante as negociações, alterando o conjunto normativo que hoje regula as relações econômicas internacionais, promovendo o tão buscado equilíbrio entre as nações.

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