sábado, 4 de fevereiro de 2012

Acordo será revisto

Correio Braziliense
Autoras: Rosana Hessel e Juliana Braga

Enquanto executivos das montadoras instaladas no país se reuniam ontem com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, numa tentativa de manter o acordo automotivo entre Brasil e México, os presidentes dos dois países abriram negociações para a revisão do tratado. A presidente Dilma Rousseff recebeu um telefonema do governante mexicano, Felipe Calderón, que disse estar disposto a rever os termos do entendimento, em vigor desde 2002. Em 15 minutos, os dois mandatários acertaram que as negociações começarão na semana que vem.

Desde que surgiu um deficit na balança comercial do setor com o México, o governo brasileiro passou a se preocupar com o assunto e decidiu ampliar o escopo do acordo automotivo para reequilibrar o comércio entre os dois países. Com participação crescente nos embarques de veículos para o Brasil, o México ficou em terceiro lugar no ranking de principais origens das importações brasileiras em 2011, com participação de 13,8%, atrás de Coreia do Sul, com 19,2%; e Argentina, com 44%; mostram os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O governo brasileiro considera que há dois pontos fundamentais para a mudança. O primeiro deles é uma maior participação de componentes fabricados nacionalmente nos carros mexicanos comercializados no Brasil. O segundo, a ampliação do escopo do acordo, que hoje compreende apenas carros de passeio. "Que inclua caminhões, ônibus, utilitários, podendo melhorar o saldo, que hoje é totalmente negativo para o Brasil", afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

Alíquota zero
A preocupação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é com a manutenção do benefício da alíquota zero do Imposto de Importação para os veículos mexicanos que entram no país, a exemplo do que ocorre com os modelos vindos dos países vizinhos do Mercosul. "Achamos esse acordo muito importante para o Brasil e confirmamos a necessidade de mantê-lo", afirmou o presidente da entidade, Cledorvino Belini. "Mas é claro que aceitamos mudanças em alguns termos", afirmou, sem detalhar os pontos passíveis de alteração.

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