sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pimentel diz que não há crise com Argentina

Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: Rafael Moraes Moura 

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, negou ontem que haja uma "crise" com a Argentina, apesar de o governo da presidente Cristina Kirchner ter ampliado o controle estatal sobre as importações que entram no país. "Não tem nenhuma crise nessa questão com a Argentina, o que existe com relação à Argentina são outras coisas", afirmou Pimentel. "As exigências que o governo argentino está implantando a partir do mês de fevereiro são vistas pelos empresários brasileiros como um "dificultador" do comércio Brasil-Argentina", acrescentou.

 Pelas novas regras, os importadores argentinos não só terão de apresentar uma declaração juramentada à Receita Federal do país antes de realizar uma compra, como também deverão enviar uma nota de pedido, por e-mail, ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, indicando todos os detalhes da importação desejada. Segundo a Câmara de Importadores da República Argentina (Cira), as importações só poderão ser realizadas após aprovação da declaração e do e-mail. Na opinião do ministro, é preciso aguardar para avaliar se as medidas, que entraram em vigor este mês, terão "impacto negativo no comércio ou não".

Questionado sobre reclamações do empresariado brasileiro quanto às medidas impostas pelas autoridades argentinas, Pimentel respondeu: "Não podemos pressupor nada, temos de aguardar. A reclamação é sempre pertinente ao setor produtivo, é u m direito deles reclamar."

Desde que o governo argentino revelou, no mês passado, as novas medidas, governo e empresários brasileiros têm tido dificuldades de mensurar o verdadeiro impacto das ações. Um dos problemas é identificar quais produtos serão atingidos.

Sem precedentes.

Os empresários argumentam que o maior controle sobre as importações vai causar prejuízos aos exportadores brasileiros e pode colocar em risco a existência do Mercosul. Outros pontos de preocupação são empresas brasileiras que decidiram investir no país vizinho e lá fabricam parte de seus produtos, comprando insumos do Brasil. A exigência estabelecida pelo governo de Cristina Kirchner, que não está prevista nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), foi vista como "protecionista" e fonte de "prejuízos" para o Brasil, em estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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