sexta-feira, 15 de junho de 2012

Brics devem ter posição única sobre FMI

Fonte: Valor Econômico
Autor:  Sergio Lamucci

Os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem acertar uma posição conjunta antes do começo da reunião do G-20, na próxima segunda-feira, em Los Cabos, no México, mostrando que estão dispostos a ajudar com mais recursos no combate à crise global, desde que consigam mais poder nas instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo uma fonte do governo brasileiro, o país vai adotar uma posição dura em relação aos governos da Europa e dos EUA, que resistem em dar andamento às reformas que darão mais poder de voto aos emergentes.

O encontro dos Brics vai ocorrer na segunda-feira de manhã, antes da abertura da cúpula do G-20, a organização formada por 19 países mais a União Europeia (UE), que se reúne no México até a terça-feira. A fonte lembra que, nos Estados Unidos, a proposta de mudança para as regras do FMI nem sequer foi enviada ao Congresso, um exemplo que deixa claro que os países desenvolvidos pouco têm feito nessa direção. Para o Brasil, é fundamental acelerar o andamento das reformas dessas instituições.

Nessa reunião, é possível que se discutam os valores a serem aportados pelos Brics para o reforço de caixa do FMI de US$ 430 bilhões, decidido pelo G-20 em abril. Mas, segundo a fonte, antes da definição de qualquer valor, a questão mais importante é o que será oferecido para os países emergentes.


Além do tema da reforma das instituições multilaterais, o Brasil também vai bater na tecla de que políticas baseadas apenas na austeridade fiscal não são suficientes para a resolução da crise europeia, sendo imprescindíveis ações voltadas para promover o crescimento. "A avaliação do governo é que a situação piorou nos últimos meses", disse a fonte. A desaceleração da economia chinesa e a perda de fôlego da própria economia brasileira seriam um sinal do agravamento da crise europeia.

Uma novidade a favor de políticas de incentivo ao crescimento foi a vitória do socialista François Hollande nas eleições francesas, destacou a fonte. Com isso, desfez-se a dupla pró-austeridade, formada por Nicolas Sarkozy e pela alemã Angela Merkel. Durante o encontro do G-20, a presidente Dilma Rousseff deve ter um encontro bilateral com Hollande.

O encontro de Los Cabos ocorrerá no dia seguinte às eleições na Grécia, um assunto que deve dar o tom da cúpula. A depender do vitorioso, existe a possibilidade de o país abandonar a zona do euro.

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