segunda-feira, 11 de junho de 2012

Comércio externo da China indica reação


Fonte: O Estado de S. Paulo
Autora: Cláudia Trevisan
Indicadores surpreendem o mercado e mostram o comércio exterior com crescimento acima do esperado, ao mesmo tempo em que a inflação cai


Depois do choque negativo com os dados de abril, a economia chinesa surpreendeu positivamente em maio, quando houve aumento acima do esperado no comércio exterior e desaceleração da inflação para 3%. A produção industrial veio abaixo do projetado por analistas, mas fechou em patamar superior ao registrado no mês anterior.

Ao mesmo tempo em que indica perda de fôlego da atividade econômica, a redução da pressão dos preços amplia o espaço para o governo chinês adotar medidas de apoio ao crescimento econômico, depois do primeiro corte da taxa de juros em mais de três anos, anunciado na quinta-feira.

O comércio exterior foi responsável pelo resultado mais positivo da segunda maior economia do mundo em maio. As exportações aumentaram 15,3% em relação a igual período do ano passado, bem acima da variação de 4,9% registrada em abril e das projeções dos analistas, que apontavam expansão de 6,9%, segundo levantamento do jornal Wall Street Journal. As importações também surpreenderam, depois da alta pífia de 0,3% do mês anterior, e tiveram elevação de 12,7%. O mercado acreditava que o porcentual seria de 3%.

A produção industrial registrou alta de 9,6%, acima dos 9,3% de abril, mas abaixo dos 9,9% esperados por analistas. Os 3% de inflação são o menor patamar para o indicador desde junho de 2010 e ficaram abaixo dos 3,2% projetos pelo mercado e dos 3,4% registrados em abril.

As vendas no varejo desaceleraram de 14,1% no mês anterior para 13,8% em maio. Mas os resultados foram melhores no setor automotivo, que vendeu 1,28 milhão de unidades, com alta de 22,6% em relação a igual período de 2011. Os investimentos em ativos fixos tiveram expansão de 20,1%, ligeiramente abaixo dos 20,2% de maio e quase em linha com as previsões do mercado.
Antes do corte de 0,25 ponto porcentual dos juros, o governo já havia anunciado medidas de estímulo ao crescimento econômico, entre as quais a mais importante é a aceleração na velocidade de aprovação de projetos industriais e de infraestrutura.

Bom para o Brasil. As medidas devem incentivar a atividade de construção e de fabricação de aço, o que pode beneficiar os produtores brasileiros de minério de ferro, principal produto de exportação do País.

Há cerca de duas semanas, Pequim deu sinal verde para construção de duas siderúrgicas que exigirão investimentos de R$ 42,8 bilhões e terão capacidade anual de produção de 19,2 milhões de toneladas de aço, o equivalente a mais da metade das 35 milhões de toneladas fabricadas no Brasil. O minério de ferro é a principal material prima da fabricação do aço, que por sua vez é essencial para a construção.

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