Fonte: Reuters
Autor: Doug Palmer
O Banco
Mundial disse nesta segunda-feira que está pronto para ajudar governos a
responder a uma ampla escalada de preços de grãos que novamente coloca as
pessoas mais pobres do mundo em risco e que poderia ter impactos negativos
prolongados por anos.
"Não podemos permitir que as altas nos preços dos alimentos a curto prazo
causem consequências ruins de longo prazo para os mais pobres e vulneráveis do
mundo", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em nota.
"O Banco Mundial e nossos parceiros estão monitorando esta situação de perto
para podermos ajudar governo a colocar em prática políticas que ajudem as
pessoas a lidar com isso", disse Kim, um especialista em saúde pública que
encara seu maior desafio nos dois meses em que está no cardo.
A seca severa no Meio-Oeste dos EUA tem cortado drasticamente a produtividade
das lavouras, lembrando o ano de 2008, quando uma grande alta nos preços dos
alimentos causou protestos em alguns países e levantou questionamentos sobre o
uso de grãos para a produção de biocombustíveis.
Os preços do trigo subiram mais de 50 por cento e os preços do milho mais de
45 por cento desde meados de junho, com a seca na Rússia, Ucrânia e Cazaquistão,
o clima excessivamente úmido na Europa e um início das chuvas de monção na Índia
abaixo da média somando-se às preocupações com a produção global de
grãos.
Os preços da soja, essencial para alimentação e para a ração animal, também
subiram quase 30 por cento nos últimos dois meses e quase 60 por cento desde o
fim do ano passado.
"Quando os preços dos alimentos sobem, famílias reagem tirando as crianças da
escola e comendo comidas mais baratas e menos nutritivas, o que pode ter efeitos
catastróficos que duram a vida inteira no bem-estar social, físico e mental de
milhões de jovens", disse Kim.
Kim disse que o banco tem uma série de programas para ajudar governos caso a
situação se agrave.
Este programas incluem aconselhamento em políticas, investimentos em
agricultura e áreas relacionada, financiamentos rápidos, produtos de
gerenciamento de risco e trabalho em conjunto com a ONU e grupos voluntários
privados para ajudar governos a dar respostas mais bem informadas para as altas
global dos preços dos alimentos.
Autoridades do Banco Mundial salientaram que não existem indicações, baseados
nas projeções de colheitas, de que haja nenhuma grande escassez de grãos
resultantes das safras reduzidas este ano.
Além disso, os preços mais baixos para petróleo, fertilizantes e frete
marítimos do que em 2008 vão diminuir o custo de importação de alimentos e do
plantio da safra do próximo ano, disse o banco.
No entanto, Marc Sadler, chefe da divisão de gerenciamento de risco agrícola
no Banco Mundial, disse que a situação está também "mais complicada" do que em
2008, quando os preços do arroz e do trigo subiram muito e depois caíram
drasticamente no ano seguinte quando o plantio aumentou.
"A diferença agora é, se você olha além da fronteira, todos os preços estão
em alta", tornando mais difícil para os produtores decidirem como alocar suas
áreas disponíveis, disse Sadler.
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